O Ministério do Turismo, a Secretaria Especial da Cultura, a Funarte e a Prefeitura de Porto Seguro por meio da Superintendência de Cultura, levam para a “Casa da lenha” de 28 de outubro a 27 de novembro de 2021, de segunda a sexta das 8:00 às 14:00, entrada franca, a exposição KWÁ YAPÉ TURUSÚ YURIRI ASSOJABA TUPINAMBÁ – Essa é a grande volta do manto Tupinambá.
A exposição, contemplada pelo prêmio FUNARTE Artes Visuais 2020/2021, integra o projeto “Os artistas viajantes europeus e o caso dos mantos tupinambás nas cidades do Rio de Janeiro e Porto Seguro”, conta com obras de Edimilson de Almeida Pereira, Fernanda Liberti, Glicéria Tupinambá, Gustavo Caboco, Livia Melzi, Rogério Sganzerla e Sophia Pinheiro e curadoria de Augustin de Tugny, Glicéria Tupinambá, Juliana Caffé e Juliana Gontijo.
Seguindo os protocolos de segurança, será obrigatório o uso de máscara, o distanciamento social de 1,5 m e será disponibilizado álcool em gel.
A exposição marca também a abertura da “Casa da Lenha”, sede da Superintendência de Cultura em Porto Seguro,, também como espaço de exposições (enquanto não se transforma definitivamente em Museu) oferecendo arte e cultura a todos.
O MANTO TUPINAMBÁ
Os “Musées Royaux d’Art et d’Histoire” de Bruxelas mantêm em seu acervo uma magnífica peça da indumentária do povo indígena Tupinambá, que vivia no litoral atlântico brasileiro quando da chegada dos portugueses em 1500.
O Manto Tupinambá, do século XVI, foi fabricado com penas vermelhas de um pássaro denominado Guará, uma das mais belas aves da fauna brasileira.
Os tupinambás praticavam a antropofagia em rituais de guerra, quando se alimentavam da carne do inimigo com o objetivo de absorver sua coragem. Nessas ocasiões, os tupinambás usavam mantos sagrados confeccionados com as penas vermelhas do Guará, a exemplo do manto que pode ser visto no museu em Bruxelas.
No século XVI, os tupinambás formavam a nação indígena brasileira mais conhecida pelos navegadores europeus. Em 1562, índios tupinambás foram inclusive levados para a Europa pelos franceses para serem exibidos ao rei Carlos IX e sua corte na cidade de Rouen, na Normandia.
Do encontro do pensador Michel de Montaigne com esses índios brasileiros, resultou o capítulo “Dos Canibais”, parte dos célebres “Ensaios” de Montaigne, publicados pela primeira vez em 1580. Estima-se que atualmente haja outros cinco mantos tupinambás em acervos de museus da Dinamarca, da França, da Alemanha, da Itália e da Suíça, além da peça exibida no museu belga.