AS INFORMAÇÕES SÃO DE O GLOBO – FOTO: ILUSTRAÇÃO – O acesso ao ensino superior está mais restrito no Brasil, e o quadro é considerado o pior em uma década. Enquanto o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) registra o menor número de inscritos desde 2005, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) deve fechar este ano com o menor número de novos contratos desde 2009, e o Programa Universidade para Todos (Prouni) voltou ao patamar de 2013.
Principal porta de entrada no ensino superior, o Enem deixou de fora neste ano, na avaliação de especialistas, alunos que não se sentiram preparados para fazer o teste após cerca de um ano e meio no ensino remoto. Além disso, o Ministério da Educação manteve regra que nega gratuidade a quem faltou à prova no ano anterior — edição realizada em meio à pandemia, com recorde de abstenção. O número de alunos com direito à gratuidade caiu de 3,6 milhões em 2020, para apenas 820 mil neste ano.
No Fies, programa no qual o governo financia as mensalidades e os alunos só pagam a dívida ao se formar, a avaliação é de que a política está escanteada, e a conjuntura econômica afasta a busca dos estudantes. Especialistas defendem novo modelo para o financiamento estudantil.
Já o Prouni, na qual o governo paga bolsas de estudo a alunos pobres de 100% ou 50%, tem 30% menos vagas do que em 2020. O Ministério da Educação afirma que a queda reflete a diminuição de estudantes no ensino superior privado, referência para o número de bolsas.