Brasil se abstém, e só Estados Unidos e Israel apoiam bloqueio a Cuba

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Com a saída de Donald Trump da presidência americana e de Ernesto Araújo do Itamaraty, o posicionamento brasileiro já era esperado – Foto: Agência Brasil

Em um novo recuo na agenda ultraconservadora imposta pelo ex-chanceler brasileiro Ernesto Araújo, o Brasil se absteve na votação da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira (23/06), que decidiu condenar o embargo americano imposto à Cuba há quase seis décadas.

Pela 29ª vez, a maioria dos países que integram a organização aprovou a resolução com 184 votos favoráveis, dois contrários, de Estados Unidos e Israel, e três abstenções – além do Brasil, Ucrânia e Colômbia também não votaram.

O posicionamento brasileiro já era esperado, com a saída de Donald Trump da presidência americana e de Ernesto Araújo do Itamaraty. Na última vez que a resolução foi apresentada, em 2019, o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) rompeu uma tradição de 27 anos e votou a favor do embargo.

Apenas Brasil, Israel e Estados Unidos adotaram essa posição, contra 187 países. Colômbia e Ucrânia se abstiveram.

Na ocasião, o corpo técnico do Itamaraty tentou até o último minuto convencer o então chanceler a não se alinhar ao governo Trump na votação.

O principal argumento apresentado à época foi que a resolução não significava apoio ou condenação à ditadura cubana, mas o reconhecimento de que sanções unilaterais como a aplicada pelos Estados Unidos são ilegais no âmbito do direito internacional.

O histórico de votos favoráveis do Brasil à resolução também é justificado pela defesa do país ao princípio de não ingerência em outras nações.

Foi inclusive levantado que o Brasil não deveria votar contra a resolução porque o próprio país poderia se prejudicar no futuro – por exemplo, na possibilidade de sanções econômicas devido à política ambiental na Amazônia.

Apesar do apelo de diplomatas que atuam na área – que defenderam a abstenção do país -, Ernesto Araújo determinou que o Itamaraty apoiasse os americanos. À época, o então chanceler disse que era preciso condenar a influência cubana no regime chavista da Venezuela e em outros países latino-americanos. As informações são da Folhapress.

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