Ensino remoto deixa 2,7 milhões de crianças brasileiras sem garantia de alimentação

Featured Notícias
“Vivo da ajuda dos outros”, conta Ana Paula Rodrigues dos Santos, de 35 anos, merendeira desempregada e mãe de quatro crianças – Foto: Ópera Mundi

Depois de mais de um ano de pandemia de Covid-19 e de escolas fechadas, ao menos 667 redes de ensino municipais ainda não garantem alimentação escolar aos seus estudantes. Isso significa que 2,7 milhões de alunos perderam as refeições que faziam na escola. E não estão recebendo mantimentos em casa.

“Vivo da ajuda dos outros”, conta Ana Paula Rodrigues dos Santos, de 35 anos, merendeira desempregada e mãe de quatro crianças em idade escolar. A família vive com R$ 477 que recebe do Bolsa Família.

As redes foram autorizadas — mas não obrigadas — a garantir a alimentação dos estudantes enquanto estão no ensino remoto. O custo da merenda das escolas públicas é dividido entre o governo federal e o estado, no caso das escolas estaduais, ou o município, nas redes municipais.

Escola Parque da 308 Sul, Asa Sul, Brasília, DF, Brasil, 14/6/2017 Foto: Andre Borges/Agência Brasília.

Sem aplicação, o dinheiro fica acumulando nas contas de governos e prefeituras.

Atualmente, a União aporta de R$ 0,36 (para matrículas de horário parcial) a R$ 1,07 (horário integral) por aluno. Na rede estadual do Rio, a secretaria de educação complementa com mais R$ 0,68 e R$ 1,97, respectivamente. Com isso, cada refeição custa R$ 1,04 e R$ 3,04 aos cofres públicos. O repasse federal não é reajustado desde 2017.

“Quando há fome infantil, a gente já passou pela fome familiar. Em especial, a fome feminina, da mãe que deixa de comer para dar para seu filho”, diz Guilherme Pimentel, ouvidor-geral da Defensoria Pública do Rio. As informações são do Site Ópera Mundi.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *