Maioria da população baiana e com recorde de candidaturas em 2020, os negros aumentaram sua participação no número de cadeiras na Câmara de Vereadores de Eunápolis. Dentre os 17 eleitos, 11 deles se declararam partos ou pretos que juntos perfazem 65% e são negros, segundo classificação do IBGE. Os brancos são 6.
Com 11 vagas, os negros lideram a representatividade em Eunápolis.
Dentre eles, o campeão de votos entre os homens é Gildair da Silva Almeida (PSD), de 39 anos. Ele obteve 1.315 votos perfazendo 2,2% dos votos válidos dos eleitores de Eunápolis. Gildair conquista o terceiro mandato consecutivo e, com votação expressiva, ficou abaixo apenas de Carmem Gerino Maciel, eleita com 1.360 votos (2,27%).
O tema foi abordado por Gildair nesta sexta-feira (20/11) Dia da Consciência Negra. “Em primeiro lugar eu quero agradecer a Deus e às 1.315 pessoas que me fizeram a primeira candidatura mais votada dentre os homens e o terceiro mandato. A cidade também é nossa, e o resultado das urnas expressa a esperança da população da periferia de uma cidade de todas e todas”.
Muito embora o parlamentar não usa a representatividade negra como bandeira de campanha, Gildair faz questão de identificar sua atuação com as pessoas mais carentes e, em todos os seus discursos na Câmara sempre pontuou a superação e a luta de um menino negro, pobre, do Bairro Juca Rosa que foi camelô em São Paulo, venceu na vida pelo trabalho, tornou-se empresário e agora comemora três mandatos consecutivos na Câmara de Vereadores de Eunápolis.
A eleição de Gildair e de outros vereadores negros, como o professor Tiago Mota, do Repúblicanos, com 1.048 votos e Jairo Brasil (PP) – 1.016 – para a Casa da Cidadania em Eunápolis, no mês em que celebramos as lutas da população negra frente ao racismo é simbólica e, mais do que isso, representa um avanço da nossa sociedade no sentido de ampliar a representação negra nos espaços decisórios e fundamentais para a mudança significativa da sociedade.
Vale destacar que esta é a primeira vez, desde 2014, quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começou a coletar dados de raça, em que o candidato médio é negro. Nas eleições anteriores a cor da pele mais comum era a branca.
Para análise, o Blog retirou os dados do TSE.
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