Na manhã da última quinta-feira (13/02), a Polícia Federal cumpriu um mandado de busca e apreensão, na Avenida comendador Rafael, no centro de Linhares. Nossa reportagem demandou a assessoria de comunicação da Polícia no mesmo dia, porém a Polícia Federal, só respondeu nossa reportagem na manha desta terça-feira (18/02).
De acordo com a Polícia Federal, o mandado faz parte de uma operação que foi deflagrada na última quinta (13/02), a Operação NARCOS, cujo objetivo é desmantelar organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e armas e ligada à facção criminosa. Os elementos colhidos durante a investigação apontam que a organização vinha atuando em vários estados do país, utilizando pequenas aeronaves e aeródromos para trazer drogas da Bolívia de forma clandestina, com posterior revenda no mercado interno ou envio para outros países por meio de transporte marítimo, a partir de portos localizados em Santa Catarina e em outros estados do país.
Quase duas toneladas de cocaína foram apreendidas durante a investigação, bem como 12 aeronaves, o que resultou na prisão em flagrante de alguns integrantes do grupo, tendo, inclusive, um dos seus líderes sido preso em meados de 2019 no Pará. A apuração colheu fortes indícios de que a quadrilha fazia parte de uma facção criminosa e também atuava no contrabando de armas de calibre restrito.
Outra característica da organização era sua periculosidade, sendo que, na ocasião em que um dos seus líderes foi preso em flagrante, na cidade de Itaituba/PA, os policiais federais foram recebidos a tiros de armas de grosso calibre.
No curso do trabalho investigativo, identificou-se que os principais suspeitos possuíam patrimônios milionários registrados em seus próprios nomes e no de terceiros (parentes, empresas e outros ‘laranjas’), razão que levou à decretação de sequestro de imóveis, vários de alto padrão, incluindo apartamentos em Itapema/SC, Bombinhas/SC, Porto Belo/SC e um sítio em Canelinha/SC. Também foram sequestrados automóveis de alto valor, incluindo BMW X6 e LAND ROVER. Foi, ainda, determinado o bloqueio de contas de 25 investigados.
Na data de hoje estão sendo cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 17 mandados de prisão (16 preventivas e uma temporária, sendo quatro preventivas referentes a indivíduos que já se encontram presos) em endereços nos Estados de Santa Catarina (Balneário Camboriú, Bombinhas, Brusque, Canelinha, Florianópolis, Itapema e Porto Belo), Bahia (Eunápolis e Porto Seguro), Minas Gerais (Governador Valadares), Espírito Santo (Linhares) e Rio Grande do Sul (Canoas).
As ações têm por objetivo a desestruturação do grupo criminoso, com a responsabilização penal de seus integrantes e a constrição de recursos patrimoniais, garantindo que os bens e valores obtidos com as práticas criminosas retornem ao Estado e à sociedade.
Durante a operação, a Polícia Federal contou com apoio da Polícia Rodoviária Federal, da Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC e da Polícia Civil, inclusive com a participação de policiais civis no cumprimento de mandados judiciais.
Por suas condutas, os investigados poderão ser indiciados pela prática dos crimes de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/2006), associação para o tráfico (art. 35 da Lei nº 11.343/2006), organização criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/2013) e de lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98), cujas penas somadas podem ultrapassar 30 anos.