Representantes da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e de outros órgãos do Estado participaram, nesta semana, na Aldeia da Reserva Jaqueira, em Porto Seguro, Território de Identidade Costa do Descobrimento, do último dia de comemorações da 21ª edição da ARAGWAKSÃ PATAXÓ, festa tradicional do calendário das aldeias pataxó.
A festa ARAGWAKSÃ (lugar sagrado de grande conquista), que iniciou no último dia 30 de julho e teve o apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), está comemorando os 21 anos de luta da Reserva da Jaqueira. Entre os objetivos da iniciativa está o fortalecimento da comunidade, por meio de danças e cantos, rituais sagrados, casamento e modalidades esportivas, com a presença de anciões, jovens e lideranças vindos de outras aldeias da etnia Pataxó.
“Agradeço a Tupã por esse momento e a todos os nossos parceiros. É um prazer recebê-los em nossa casa, pois são a nossa família. O apoio do Governo do Estado é de grande peso para nós, pois nos ajuda a fazer essa festa bonita que significa para nós o fortalecimento das nossas tradições, cultura e resistência. Nessa 21ª edição, contamos com a presença de oito etnias e mais de 1.500 pessoas ao longo desses dias”, celebrou o cacique Syratã Pataxó.
A Aldeia da Reserva da Jaqueira está localizada em uma área de 827 hectares, onde vivem 34 famílias. A comunidade desenvolve trabalhos de etnoturismo sustentável, meio ambiente e culturais, gerenciada pelo Instituto Pataxó de Etnoturismo.
Para o indígena Aderno Pataxó, o evento representa mais um ano de resistência e a presença dos parentes significa o fortalecimento da cultura: “Temos parentes até de Minas, como os Maxacali, que já há dois anos participam com a gente. Temos 520 anos de contato com o branco e manter nossa cultura é uma luta. Queremos que os jovens estejam envolvidos nessa luta para que não se perca todo o esforço até aqui. O casamento é uma tradição que estava esquecida e com o trabalho do instituto resgatamos esse costume, e hoje um jovem que nasceu e cresceu na aldeia hoje se casa e formará família aqui na aldeia, é muito significativo pra todos nós”.
A indígena Taquara, nos seus 100 anos de idade, diz que antes, eles não tinham tão forte os costumes pois viviam no meio da mata, livres, e às vezes escondidos de posseiros que perseguiram os índios: “Hoje é importante reforçar os costumes e o fato de ser índio, para ser respeitado como povo tradicional”.
O instituto está sendo atendido pelo Bahia Produtiva, projeto executado pela SDR, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), para a implantação de um viveiro de mudas e quintais agroflorestais com plantas alimentares, condimentares, medicinais, ornamentais, criação de animais de pequeno porte, e a assistência técnica e extensão rural (Ater), entre outras ações. DO SITE BAHIAPRESS