Há quase cinco anos, partiu justamente de um vereador que se chama Zé Pelanca (José Luiz Teixeira) e que mora da periferia, onde se imagina que o processo cultural é zero, a iniciativa de exigir do Poder Executivo Municipal a promoção e a valorização dos artistas locais, usando como mote o momento em que ocorrem os festejos juninos.
A proposta até pareceu “cópia autenticada” de um movimento que estava ocorrendo [à época] na Assembleia Legislativa da Bahia, onde forrozeiros tradicionais reivindicavam aos deputados uma espécie de cota para os artistas baianos na hora da contratação de atrações para as festas juninas. Pode até parecer, mas não era.
Com a justificativa que “não se trata de bairrismo” o vereador do Juca Rosa (bairro onde acontece o mais autêntico forró-pé-de-serra da cidade), alertava para o fato de que os “festejos juninos estão perdendo as características regionais e deixando fora do evento os artistas que se dedicam à indústria do forró”.
Só para ilustrar a indignação daquele vereador, basta dizer que alguns cantores e músicos eunapolitanos ainda recebem cachê de R$ 500,00 reais para apresentarem-se nos arraias dos bairros. O que considero uma falta de respeito com a arte em geral.
Por isso, trata-se agora de fazer cumprir a Lei 961 de 2014, sancionada pelo ex-prefeito Neto Guerrieri, e que carrega em sua escopo, o desejo do legislador em preservar os valores culturais locais.
Nem esse respeito não há cultura que resista.