Sindicato argentino pede canonização de Eva Perón

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Eva fundou o Movimento Peronista Feminino, defendeu o voto das mulheres e liderou obras de caridade – Foto: Reprodução Wikimedia Commons

Em um comunicado, os líderes sindicais disseram que Eva, chamada popularmente de Evita e Santa do Povo, “entregou sua vida a um mandato providencial que foi sua missão de resgate da dignidade humana.”

Um dos maiores sindicatos da Argentina, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), pediu para o Vaticano abrir um processo de canonização e declarar santa a ex-primeira-dama e líder política Eva Perón, cujo centenário de nascimento foi comemorado em 7 de maio.

A justificativa da CGT, que está entre as maiores organizações sindicais do mundo, é que há relatos de várias pessoas que pediram por bênçãos em nome da mulher de Juan Domingo Perón e foram atendidas.

Em um comunicado, os líderes sindicais disseram que Eva, chamada popularmente de “Evita” e “Santa do Povo”, “entregou sua vida a um mandato providencial que foi sua missão de resgate da dignidade humana”.

“Eva veio ao mundo com a missão de fazer obras de bem, as quais entregou ao povo argentino e latino-americano, e a todos os povos com sua sede de justiça”, ressaltou a nota.

Casada com o presidente argentino Juan Domingo Perón, Eva fundou o Movimento Peronista Feminino, defendeu o voto das mulheres e liderou obras de caridade.

Conhecida como “mãe dos pobres”, Eva Perón concedeu às mulheres o direito ao voto e se tornou uma das figuras mais marcantes da história da Argentina – Foto: Reprodução  Wikimedia Commons

Morta em 1952, com apenas 33 anos de idade devido a um câncer no colo do útero, e atualmente sepultada no tradicional cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, o corpo de Eva Perón ficou três anos na sede da CGT até ser roubado em 1955, após o golpe de Estado que tirou Perón do poder, e ficou 14 anos desaparecido.

“Ela é um símbolo para o setor mais importante da sociedade argentina e, por isso, queremos relembrar sua memória desta maneira”, disse, por sua vez, Héctor Daer, dirigente da CGT. Para que uma pessoa seja declarada santa, primeiro ela primeira se tornar beata. Dessa maneira, deve ser comprovado, pelo Vaticano, algum milagre em nome de Evita.

Como ela morreu em Buenos Aires, o processo deveria ser aberto pelo arcebispado da capital argentina, hoje liderado pelo cardeal Maro Poli.

Se aceito, começaria na Argentina um estudo para sua candidatura, incluindo análises de seus escritos, discursos e declarações de fé. Uma vez ultrapassada essa fase, a Congregação para as Causas dos Santos começaria uma segunda análise de sua vida e obra.

A Argentina atualmente possui três santos proclamados pelo Vaticano: Héctor Valdivielso Sáez, José Gabriel Brochero e Nazaria Ignacia March. O papa Francisco, que é argentino, aprovou a canonização desta última em janeiro de 2018.

 

 

 

 

 

 

 

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