Margem do cafeicultor brasileiro fica negativa e custos na safra 2019/20 devem ter salto próximo de 5%

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Cafeicultor do extremo sul colherá prejuízo – Foto: Ilustração

COM INFORMAÇÕES DE NOTÍCIAS AGRÍCOLAS – O cafeicultor brasileiro vivencia um cenário de preços que não era registrado há pelo menos cinco anos. Com saca negociada abaixo de R$ 400,00 em diversas localidades e custos cada vez mais altos, a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) confirmou que a margem de lucro já está negativa.

De acordo com levantamento da maior representante dos produtores rurais do Brasil, na média do país, os preços de comercialização do café arábica, no último levantamento, estavam em R$ 398,00 por saca de 60 kg com custos de R$ 428,00. Ou seja, um prejuízo de R$ 30,00 por saca.

“Registramos que as margens estão muito estreitas para o produtor de café, em diversas praças. Os custos chegam a oscilar entre R$ 347,00 a até R$ 510,00 por saca, dependendo da tecnologia”, explica Maciel Silva, assessor técnico da Comissão Nacional de Café da CNA.

Os custos levantados pela Confederação são da safra 2018/19, que ainda está em comercialização, e uma contrapartida de preços que chegam a ficar entre R$ 285(Eunápolis) e R$290(Itamaraju) a saca. “O cenário é desesperador e já estamos em contato com o governo para resolução desses problemas do setor”, ressalta Silva.

“Os bons volumes embarcados pelo Brasil ao longo deste ano-safra servem de pano de fundo para a pressão de fundos e especuladores sobre as já baixas cotações do café na ICE em Nova Iorque”, destacou em relatório o Escritório Carvalhaes.

Na safra comercial 2019, que está próxima, o cenário de baixos preços deve persistir. “Já estimamos um aumento entre 5% a 6% nos custos de produção da safra atual. Vale lembrar que ela será de bienalidade negativa, então pode ser que esse número ainda aumente”, diz Silva.

No conilon, espécie plantada no extremo sul, as margens líquidas levantadas, na média brasileira, são ruins. “O custo operacional total estava em R$ 336,00 a saca em janeiro com preço médio de R$ 285,00 a saca. Ou seja, uma margem negativa de R$ 51,00”, ressalta Maciel Silva.

O Conselho Nacional do Café (CNC) e a Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) tiveram reunião para debater temas de interesse da cadeia produtiva do café, dentre eles o atual cenário de preços do setor.

“Estamos analisando as melhores maneiras para gerarmos sustentabilidade financeira à cafeicultura nacional. Vamos discutir todas as opções com o Governo e definir quais programas são plausíveis de realização”, disse Silas Brasileiro, presidente do CNC.

 

 

 

 

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