Sob “sombra de Bolsonaro”, Carnaval é “mais militante do que nunca”, diz Libération

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Desfile da Escola de Samba Mangueira no Sambódromo da Marquês de Sapucaí – Foto: DIEGO MARANHÃO/AM PRESS & IMAGES/ESTADÃO CONTEÚDO

Segundo o diário, a festa ganhou uma conotação diferente neste ano, sob “a sombra do presidente Jair Bolsonaro, conhecido por seus propósitos racistas e homofóbicos”

A edição do fim de semana de 2 e 3 de março do jornal Libération traz uma reportagem da enviada especial ao Rio de Janeiro para a cobertura do Carnaval. A jornalista destaca o engajamento político, dos sambódromos aos blocos de rua.

“Rio de Janeiro, os 1001 Carnavais” é o título da matéria publicada por Libé. Segundo o diário, a festa ganhou uma conotação diferente neste ano, sob “a sombra do presidente Jair Bolsonaro, conhecido por seus propósitos racistas e homofóbicos”. “Mais do que nunca, o desfile será militante”, escreve a repórter.

O Libération destaca que, desde o ano passado, o clima do Carnaval no sambódromo do Rio se tornou tenso, com o financiamento público cortado pela metade. As escolas de samba também intensificaram seu posicionamento político.

ALA DE BAIANAS DA MANGUEIRA/2019 – Inspirada em motivos africanos – Imagem: Júlio César Guimarães/UOL

Em 2019, “com um verão tão sufocante quanto o clima político”, a tensão no Carnaval não é menor, avalia Libération. Não apenas durante os desfiles, como também nos tradicionais blocos de rua no Rio.

“Por todos os lugares, destacam-se as mensagens políticas e vários são os blocos a expor seu engajamento em suas bandeiras”, ressalta, citando como exemplo o bloco Cordão do Prata Preta, cujos foliões se dizem comunistas ou “revolucionários”, como explica um folião à repórter.

MOMENTO DE REIVINDICAÇÃO

Para a correspondente da RFI no Rio de Janeiro, Sarah Cozzolino, o Carnaval é “um momento de liberdade, exageros, mas também de reivindicações no novo contexto político criado pela eleição de Jair Bolsonaro”. Em entrevista à repórter, foliões de blocos de rua cariocas explicaram que o evento torna-se cada vez mais propício para realizar críticas aos governantes.

A jornalista denota que os desfiles também são utilizados para passar mensagens políticas. “Fora Crivella”, dizem vários cartazes exibidos no sambódromo contra o prefeito do Rio, “que despreza abertamente o Carnaval”. Além disso, “esse ano, a mítica escola de samba Mangueira homenageará Marielle Franco, assassinada no ano passado”, destaca.

 

 

 

 

 

 

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