Estagnação de Alckmin leva aliados de Neto a pensarem em migrar para Ciro

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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A despeito do esforço do prefeito ACM Neto (DEM) em manter seu grupo unido na Bahia pela eleição de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, em favor de quem promove um comício na tarde desta sexta-feira, dia 21 de setembro, no Centro Histórico, muitos de seus correligionários admitem que esperarão para avaliar o comportamento do eleitorado em relação a ele até a semana da eleição, quando poderão marchar unidos com a candidatura de Ciro Gomes, principalmente se o presidenciável pedetista se mostrar capaz de polarizar com o concorrente do PSL, Jair Bolsonaro.

A ideia foi reforçada depois da última pesquisa Datafolha, divulgada ontem, em que o ex-ministro e ex-governador do Ceará mostrou, segundo os números, também capacidade de derrotar o capitão reformado no segundo turno.

Alguns dos correligionários do prefeito acreditam que, embora todos os prognósticos sejam no sentido de que Haddad ainda pode crescer mais, impulsionado pela associação de seu nome ao de Lula, nada impede que Ciro, ajudado pelo voto útil, o ultrapasse, transformando-se no principal oponente de Bolsonaro no dia 7 de outubro.

Eles dizem que o próprio prefeito já sinalizou avaliar que um embate entre o candidato do PSL e o PT seria o pior dos mundos para o país e para políticos como ele.

“O prefeito está de fato comprometido até os fios do cabelo com Geraldo Alckmin, mas isso não impede que a gente aqui na planície pense num plano B para o tucano e ele responde pelo nome de Ciro”, afirma um deputado do grupo de Neto, lembrando que, no passado, o prefeito chegou a avaliar o apoio ao candidato do PDT, mas ponderou que Alckmin era o melhor para o país.

“Me lembro que numa reunião o prefeito chegou a dizer que preferia Alckmin porque tem filhos e pensa no futuro deles”, acrescenta um outro parlamentar da base do prefeito que, em campanha pelo interior, no entanto, tem evitado pedir votos para candidatos à Presidência. “Normalmente, o que tem acontecido é que as lideranças manifestam o interesse de votar nos presidenciáveis e a gente apoia sem questionar, sob pena de perder voto”, acrescenta. Alckmin, no entanto, segundo ele, continua sendo o plano A do grupo.

Segundo ele, a expectativa de todos, principalmente do prefeito, é que o tucano demonstre capacidade de sair da posição em que está, de quarto colocado nas pesquisas, e ultrapasse Haddad, o que tem se mostrado, entretanto, cada vez mais difícil.

“Tem sido admirável o esforço de Neto para ajudar Alckmin, mas acredito que em algum momento o prefeito não poderá mais controlar sua base, cuja indicação tem sido a de que é melhor votar em Ciro e ajudá-lo a ir ao segundo turno do que ver a disputa se resolver entre Bolsonaro e o PT”, analisa.

 

 

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