Parceria com Uneb permite reabertura do Museu de Arte Sacra de Porto Seguro

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O Museu de Arte Sacra da Misericórdia está aberto de sexta a segunda-feira, das 9h até às 14h. Foto | Ascom

Após três anos fechado, o Museu de Arte Sacra da Misericórdia, na Cidade Histórica de Porto Seguro, no sul da Bahia, reabre as portas para a visitação do público. Instalado na secular Igreja da Misericórdia, o museu possui um rico acervo de objetos religiosos que retratam não apenas a história da igreja católica no Brasil, mas também a própria história da cultura religiosa da sociedade brasileira.

Entre imagens, mobiliários e todos os objetos usados nos rituais como cálices, navetas, turíbanos, candelabros, cruzes, galhetas, etc, também chamados de “alfaias”, destacam-se no acervo peças de grande valor histórico, como uma escultura em barro de São Francisco de Assis, trazida para o Brasil por dois frades franciscanos no ano de 1503 para a construção da primeira igreja erguida na colônia portuguesa, no Morro da Glória no Outeiro, no litoral norte da cidade.

VISITAÇÃO

O Museu de Arte Sacra da Misericórdia está aberto de sexta a segunda-feira, das 9h até às 14h. Não é permitido fotografar ou filmar. O valor do ingresso é  R$10,00, sendo admita a meia-entrada para idosos, crianças e professores.

Às quartas-feiras o museu recebe exclusivamente estudantes da educação básica e do ensino superior, de forma gratuita, sendo obrigatório o agendamento destas visitas por meio do correio eletrônico: museudeartesacraportoseguro@gmail.com

GESTÃO COMPARTILHADA

Em março deste ano, um convênio celebrado entre a Paróquia Nossa Senhora da Pena e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) firmou a gestão compartilhada do Museu de Arte Sacra e possibilitou a superação das dificuldades enfrentadas.

Esta parceria garantiu a formação de uma equipe técnica que será responsável pelas atividades de estudo, comunicação e educação, possibilitando o atendimento aos visitantes por meio de visitas mediadas e o desenvolvimento de ações de formação, de conservação e de entretenimento cultural.

Historiador Francisco Cancela e estudantes bolsistas da Uneb envolvidos na parceria. Foto | Ascom.

Para o historiador Francisco Cancela, coordenador técnico do projeto e professor do Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias da UNEB, na cidade de Eunápolis, na Bahia, a parceira resulta em uma grande conquista.

“De um lado reabrimos um importante equipamento cultural que representa um atrativo turístico de grande valor; do outro, inauguramos um novo campo de estudos, de entretenimento e de formação que vai colaborar com o desenvolvimento e a qualidade de vida da população local”.

O Museu possui uma decoração simples e rústica. Conserva as paredes e a parte central desde sua origem e abriga esta imagem barroca de Cristo crucificado. Foto | Ascom

Para a reabertura do museu, a Paróquia também investiu em medidas de segurança com vista a proteger o acervo. Instalou um sistema de monitoramento 24 horas, com sensores de movimento e câmeras de vigilância. Também realizou reparos no telhado e, juntamente com a equipe da UNEB, a higienização do equipamento. No entanto, falta ainda a dedetização do prédio, que apresenta sinais da presença de cupim.

“Dependemos de recursos financeiros ou da celebração de outras parcerias para executar esta ação”. Frisa Francisco Cancela.

ENTENDA O HISTÓRICO DA PARCERIA

Desde 2011, o museu enfrentava dificuldades técnicas e institucionais para a manutenção de seu funcionamento regular. Com a ausência de funcionários e o alto custo das ações de proteção e conservação, a Paróquia Nossa Senhora da Pena, proprietária do acervo e responsável pelo museu, decidiu manter o funcionamento do equipamento apenas nos períodos de grande movimento na cidade.

Fachada do Museu, na Cidade Histórica de Porto Seguro. Foto | Ascom

Em 2015, com o aprofundamento das dificuldades, a instituição teve que suspender definitivamente todas as atividades. Assim, o fechamento do museu trazia uma grande ameaça à preservação do acervo tombado pelo IPHAN, além de limitar os atrativos culturais para os turistas e restringir o convívio da população local com seu próprio patrimônio.

 

 

 

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