Após 21 anos, acusados de mando da morte de Ronaldo Santana podem ir a julgamento

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Ronaldo Santana – assassinado em 1997 – Foto: Arquivo

COM INFORMAÇÕES DO RADAR64 – O juiz da 1ª Vara do Crime da Comarca de Eunápolis, Otaviano Andrade de Souza, marcou uma nova data para o júri popular dos acusados pela morte do radialista Ronaldo Santana de Araújo: 14 de maio próximo, com início previsto para as 8:30h, no Salão do Júri do fórum Desembargador Mário Albiani, no Bairro Dinah Borges.

Após 21 anos, ou seja, duas décadas após o crime, os acusados pelo plano que resultou no assassinato do radialista podem ser condenados à prisão, em um julgamento previsto para durar cerca de três dias, conforme publicação no Diário Oficial do Tribunal de Justiça da Bahia desta terça-feira, 10 de abril.

São apontados como autores intelectuais o ex-prefeito de Eunápolis: Paulo Ernesto Ribeiro da Silva, o Paulo Dapé, Valdemir Batista de Oliveira, o vereador Dudu, o advogado Antônio Oliveira Santos (Toninho da Caixa) e a sacerdotisa Maria José Ferreira Souza, conhecida como Maria Sindóia.

Maria de Sindoiá, Paulo Dapé, vereador Dudu e toninho da Caixa. Acusados de mando – Foto: Radar64

Na ocasião do crime todos esses eram funcionários comissionados da Prefeitura de Eunápolis.

O assassinato de Ronaldo Santana, no dia 9 de outubro de 1997, comoveu a cidade e ganhou repercussão nacional, especialmente porque o Brasil aparece entre os países que mais registram mortes de profissionais de imprensa em todo o mundo.

Por envolver figuras da política, o júri já foi suspenso mais de cinco vezes, a última data foi dezembro de 2016, como consequência de uma liminar do desembargador Pedro Augusto da Costa, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

Na época, o magistrado acatou o argumento de que houve erro processual no prazo do sorteio dos jurados, realizado antes da marcação da data do júri, o que fere determinação do Código Processual Penal.

O CRIME

O radialista Ronaldo Santana apresentava o polêmico programa Ronda da Cidade, na Rádio Jornal de Eunápolis. Ele foi assassinado com quatro tiros, em outubro de 1997, quando descia a Avenida Duque de Caxias, próximo a Feira do Bueiro, em companhia do filho, Márcio Alan. Ele estava se dirigindo ao seu local de trabalho.

O crime teve como executor o ex-policial Paulo Sérgio Mendes Lima, que já foi julgado, condenado e cumpriu pena. O ex-prefeito Paulo Dapé e os demais acusados foram apontados por Paulo Sérgio e são denunciados pela promotoria pública como mentores intelectuais do assassinato do radialista que era um crítico ferrenho do governo municipal.

O QUE DIZEM OS ACUSADOS

O advogado Fabrício Frieber, que representa o réu Antônio Oliveira Santos, declarou ao site RADAR 64, que “não há provas contra o meu cliente nos autos do processo. Queremos que o julgamento ocorra logo, pois a carga emocional que envolve toda a família de Antônio, a cada novo adiamento, é muito grande”, argumenta Frieber.

Já o advogado Antônio Pitanga, que assumiu a defesa do vereador Valdemir Batista de Oliveira (Dudu), disse que será feita uma reanálise de todo o processo para se posicionar sobre as acusações. “Já houve dois habeas corpus anteriores, se não ocorrer o júri estamos prontos para provar a inocência do meu cliente”, alegou Pitanga.

A acusada Maria José Ferreira Souza, a Maria Sindoiá, disse que não tem nenhuma declaração a fazer sobre o caso. “A única coisa que sei é que não tenho nada com isso. O resto está nas mãos de Deus”, disse Maria.

A redação do site afirma que não obteve a versão da defesa do acusado Paulo Dapé.

 

 

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