Termina em protesto sessão da Câmara que arquivou nova denúncia de investigação do prefeito Robério

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Em protesto, manifestantes ficam de costas durante a fala de Luizinho da Políclinica – Foto de Internauta 

Com palavras de ordem como “aqui está presente, a massa consciente”, e “o povo unido, jamais será vencido”, terminou mais uma sessão frustrada da Câmara de Vereadores de Eunápolis, que arquivou o quinto pedido de formação de uma CPI para investigação, apuração e possível cassação do mandato do prefeito Robério Oliveira (PSD), afastado do cargo como desdobramento de uma Operação Polícia Federal que investiga o envolvimento dele em suposto desvio de R$ 200 milhões em verbas públicas.

A decisão ficou conhecida após a leitura da ata da sessão anterior, provocando descontentamento entre alguns manifestantes presentes. A maior parte dessas pessoas foi “mobilizada” por  meio das redes sociais. Eles chegaram vestindo roupas na cor preta e portando faixas e cartazes com frases de protestos pela recusa de 13 vereadores em apurar as ações do chefe do Poder Executivo à frente do cargo.

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Do outro lado do plenário da casa, servidores públicos e alguns apoiadores do prefeito afastado chegaram usando roupas de cor azul, que caracteriza um movimento denominado “onda azul”. Esse grupo também usa as redes sociais para se encontrar e atuar em favor da manutenção do prefeito afastado no cargo. Alguns são servidores públicos municipais que estavam na manifestação em horário de trabalho.

Funcionários públicos e aliados, que se autodenominam de Onda Azul, foram hipotecar apoio ao prefeito afastado, Robério Oliveira 

Não houve tumulto durante a sessão, mas os manifestantes se posicionaram de costas, em sinal de protesto, durante as falas dos vereadores Daniel Queiroz, Luizinho da Policlínica e o líder no governo na Casa, Jorge Maécio.

Ao final da sessão uma pessoa foi conduzida para fora do plenário, por policiais militares, cuja intervenção foi requisitada pelo presidente do Poder Legislativo local, Paulo Brasil. Houve tumulto e muitos se manifestaram contra o regulamento da Câmara que impede a manifestação popular.

AÇÃO NAS REDES SOCIAIS

A militante do grupo chamado “Avança Eunápolis”, Edmeia Gonçalvez, moradora do Bairro Nova Eunápolis, disse que o movimento surgiu a partir de um grupo de mães para reivindicar uma linha de transporte escolar para seus filhos. Segundo ela, a proposta é criar uma onda de otimismo e a certeza que o povo pode mudar os destinos da cidade.

 

“Em seguida nós vimos que as demandas foram se ampliando e agora a gente percebe que nossos governantes são pessoas investigadas pela Polícia Federal que diz que elas não agiram na legitimidade e nem conforme os princípios da administração pública. Por isso nos estamos nos unindo, por meio das redes sociais, para cobrar dos vereadores o fim dessa corrupção”.

DESEJO DE JUSTIÇA

Ao usar a tribuna da Câmara para protestos contra o arquivamento da denúncia, Jota Batista (PSC), considerou que, quanto mais a Câmara posterga esta decisão mais aumenta a revolta da população e aflora o desejo de justiça.

“As entidades como Maçonaria e Rotary ainda permanecem indiferentes ao clamor popular, no entanto, o povo aprendeu a se associar por intermédio das redes sociais”. Pontuou.

“É claro que alguns desses grupos utilizam-se dessa ferramenta para cometer crimes virtuais” – denunciou ele – “mas a gente não pode se enganar com os chamados Fakes News, que divulgam notícias falsas através das redes socais. Para esses nós vamos buscar a ação da polícia”. Avisou.