DO SITE BAHIA NOTÍCIAS – O contrato de construção e gestão da Arena Fonte Nova, que é investigado pela Operação Cartão Vermelho, deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (26) em Salvador, já havia sido apontada como ilegal pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em abril de 2016.
Na época, os conselheiros do órgão concederam 120 dias para que o consórcio Fonte Nova Participações, composto pelas empreiteiras Odebrecht e OAS, fizessem uma readequação do contrato. Entre as irregularidades apontadas, estão a suspeita de sobrepreço no contrato na ordem de R$ 460 milhões e ausência de dados do projeto básico e de planilhas de custo que permitissem mensurar o valor global da obra.
A parceria público-privada (PPP) foi firmada durante a gestão do ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jaques Wagner, com previsão de um custo de R$ 2,3 bilhões do governo do Estado ao longo de 35 anos. A demolição aconteceu no dia 29 de agosto de 2010 e a inauguração da arena ocorreu no dia 5 de abril de 2013.
CASA CIVIL DA BAHIA TAMBÉM FOI ALVO DA OPERAÇÃO CARTÃO VERMELHO
Policiais federais cumpriram, nesta segunda-feira (26), mandados de busca e apreensão da Operação Cartão Vermelho também na sede do governo do estado, no Centro Administrativo da Bahia. O alvo teria sido a Casa Civil, que coordenou a parceria público-privada nº 02/2010 com o consórcio Fonte Nova Participações (FNP), composto pelas empresas Odebrecht e OAS.
De acordo com informações preliminares, os mandados foram cumpridos apenas no âmbito da Casa Civil, cuja sede é atrelada à governadoria. À época, o comando da pasta era de Eva Chiavon e tinha como auxiliar o atual titular da secretaria, Bruno Dauster – que teria sido responsável pelo desenho da PPP alvo da investigação da Operação Cartão Vermelho.
Além dos mandados na Casa Civil, a PF esteve na residência do ex-governador Jaques Wagner (veja aqui) e na sede da empresa Parceria Inteligente, no Itaigara (veja aqui).