PF deflagra operação contra seita religiosa na BA; vítimas trabalhavam como ‘escravos’

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Foto: Reprodução / Cidade Verde

Com apoio do Ministério do Trabalho (MTE), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação “Canaã – A Colheita Final”, na manhã desta terça-feira (6). Foram 22 mandados de prisão preventiva, 17 de interdição de estabelecimento comercial e 42 de busca e apreensão nos municípios de Ibotirama, Luiz Eduardo Magalhães, Wanderley e Barra, na Bahia; Contagem, Betim, Andrelândia, Minduri, Madre de Deus, São Vicente de Minas, Pouso Alegre e Poços de Caldas, em Minas Gerais; e em São Paulo, capital.

De acordo com a PF, a operação, cujo nome é uma referência bíblica à terra prometida, investiga crimes de redução de pessoas à condição análoga à de escravo, de tráfico de pessoas, estelionato, organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Esses delitos teriam sido cometidos por líderes de uma seita religiosa com atuação nos 13 municípios. A investigação, desenvolvida com a participação do Grupo Especial de Fiscalização Móvel do MTE, já está na sua terceira fase.

Ela aponta que dirigentes da seita teriam aliciado pessoas em sua igreja, em São Paulo, as convencendo a doarem todos os seus bens para as associações controladas pela organização criminosa. Para isso, eles teriam utilizado de ardis e doutrina psicológica, sob o argumento de convivência em comunidades, onde todos os móveis e imóveis seriam compartilhados.

Assim, esses fiéis teriam sido levados para zonas rurais e urbanas das cidades citadas, onde teriam sido submetidos a extensas jornadas de trabalho sem nenhuma remuneração. Os trabalhos eram feitos em lavouras e em estabelecimentos comerciais, a exemplo de oficinas, postos de gasolina, pastelarias, confecções e outros serviços.

Com a apropriação do patrimônio dos fiéis, a seita teria acumulado casas, fazendas e veículos de luxo. A investigação nasceu em 2011, quando o grupo estava migrando de São Paulo para Minas Gerais. Depois, em 2013, a operação foi deflagrada com inspeções em propriedades rurais e empresas urbanas. Na sequência, em 2015, foi desencadeada a segunda fase, “De volta para Canaã”, quando cinco líderes da seita foram presos temporariamente. Atualmente, de acordo com a PF, o grupo estaria expandindo seus empreendimentos para o Tocantins.

 

 

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