Após 60 dias no poder, o prefeito interino de Eunápolis, Flávio Baiôco [Podemos], já se mostra completamente à vontade no cargo. Senão vejamos, ao iniciar o discurso na posse da nova secretária de Saúde, Anara Sartório, na última sexta-feira, dia 12 de janeiro, ele resumiu:
“Eu acho que o mais difícil de ser prefeito é ser o último a falar. Todo mundo já disse tudo e ai dizem: com a palavra o prefeito”.
A declaração em tom informal provocou risos entre os presentes [secretários, alguns vereadores que não boicotaram o ato, servidores e imprensa], mas traz verdades. O protagonismo de Baiôco já começa a delinear seu estilo de governar, atendendo a todos, ouvindo as pessoas e procurando resolver as questões mais urgentes do município sem medos e sem perseguições.
A vantagem de Eunápolis foi ter um vice que logo na campanha disse que não seria figura decorativa. Ou seja, Baiôco tem vontade pra governar e está formando sua equipe de trabalho com servidores de carreira, comprometidos com a gestão, além de pessoas da própria cidade, dispostas a desempenhar esta tarefa junto com ele.
Que o prefeito interino queira ter a equipe de sua confiança é natural. Em outras palavras, significa dizer que os secretários nomeados pelo prefeito afastado, Robério Oliveira, são de Robério e não do povo de Eunápolis. Não receberam da população a outorga para agir em seu nome. Então, se muda o prefeito, em tese deveria mudar todo o primeiro estafe.
E essa transição deveria ser muito simples. Civilizada. Sem traumas nem desgastes na mídia.
Desde o primeiro momento o blog defende que todos os secretários deveriam ter entregado seus cargos, logo após o fatídico dia 7 de novembro, para deixar o prefeito interino mais à vontade. Especialmente secretários citados diretamente na Operação Fraternos, como Larissa Oliveira, da Assistência Social, sócia da empresa Axé e Cia, acusada de negociar com o município em situação investigada pela Polícia Federal.
E nem adianta argumentar se o prefeito Robério vai ou não voltar. Esses são outros quinhentos [ou seria melhor dizer: outros duzentos?], até agora só de conhecimento da justiça.
Por fim, é como disse o próprio Flávio Baiôco; “Se Robério voltar ele vai encontrar a casa arrumada. Caso contrário, vamos imprimir nosso jeito de trabalhar.”.
Para concluir, devo dizer que o protagonismo de Baiôco tem tido posição central até aqui, ajudando a resolver as questões administrativas e financeiras. Mas ainda falta jogo de cintura para enfrentar a oposição da Câmara de Vereadores que, em sua maioria, apoia o prefeito afastado na Operação Fraternos.
Só não me perguntem porquê…Mistérios de Dona Milu.