Até Al Capone pediu desculpas. Os arrogantes não

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Ministro Luis Roberto Barroso – Foto: Montagem

Reza a lenda que, quando cometemos um equívoco, o melhor é reconhecer o erro [sem tentar justificá-lo]. Muitas vezes realmente a emenda fica pior que o soneto. Até os mafiosos, quando erram, se desculpam.

Alphonse Gabriel Capone, conhecido como Al Capone (1899-1947), foi chefe da máfia em Chicago. Chegou, portanto, ao título de Don (que significa ter o poder sobre a vida e a morte de qualquer pessoa, bastando para isso um simples aceno da mão ou da cabeça).

Al Capone ordenou o assassinato de muitas pessoas e ele mesmo se encarregou de dezenas. Mas não matou Galluch. Por quê?

Em Nova York, na boite Harvard Inn, o jovem Al Capone viu Galluch com sua mulher e uma moça. Assediou escandalosamente esta última até que Galluch disse que era sua irmã, que não deveria ser importunada.

Al Capone soberbamente insistiu e a partir daquela trágica noite passou a ser conhecido pelo resto da vida como “Cara Cortada” (Scarface). Galluch era um ás na navalha. Al Capone, surpreendentemente, mesmo se tornando chefe da máfia, não se vingou, porque sabia que tinha cometido um erro.

Al Capone não se transformou em chefe da máfia em Chicago (nos anos 20 e 30, século XX) por acaso. Tinha sabedoria. Perdoou Galluch e ainda o contratou como seu segurança nas viagens que fazia a Nova York.

Temos dificuldade em admitir nossos erros. Negá-los, no entanto, quase sempre é o pior caminho. Veja o que está ocorrendo alguns blogueiros e jornalistas que atuavam com políticos envolvidos em crimes e mesmo assim, ao descobrirem a ação criminosa continuam ao lado desses, defendendo-os, como se todo o resto da opinião pública fosse imbecil o bastante para não perceber que estão tentando nos influenciar.

Pior, ainda negam a responsabilidade dos políticos investigados pela Polícia Federal.

Admitir erros pode interferir [positivamente] no nosso crescimento pessoal. Só temos que ter o cuidado de não fazer da desculpa uma emenda que fique pior que o soneto.

 

 

 

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