A notícia de que o TCM da Bahia rejeitou as contas da Prefeitura de Eunápolis, relativas ao exercício de 2016 quando o prefeito era Neto Guerrieri, provocou um alvoroço na oposição e em alguns setores de comunidade. Muita gente já querendo lançar todo mundo na vala comum da corrupção, afinal, é isso que se vê hoje no país…
Calma, pessoal. Apesar do nome pomposo, Tribunal de Contas dos Municípios, o TCM não é um órgão do poder judiciário. Ele é vinculado ao Poder Legislativo. As pessoas ali não são juízes, são conselheiros e fiscalizam as contas públicas, apontando falhas que podem ser corrigidas. Quem julga, aprovando ou rejeitando as contas dos prefeitos, são as Câmaras de Vereadores das respectivas cidades.
Outra questão. O problema com as contas de Neto foram de ordem técnica e ele, ao saber do relatório, imediatamente distribuiu nota pública à comunidade, por meio da imprensa, oferecendo uma justificativa à sociedade.
Aliás, Neto Guerrieri estava em Governador Valadares, cumprindo uma agenda com a família, de Minas Gerais segue para São Paulo, a fim de realizar alguns exames de rotina, mas nada disso o impediu de prestar uma satisfação à população.
E nisso ele também não fez nenhum favor. Apenas aquilo que toda pessoa pública tem o dever de fazer: prestar contas dos seus atos, da forma como Neto Guerrieri e seu secretariado sempre o fizeram quando estavam à frente da prefeitura de Eunápolis.
Não prestar contas à comunidade é outra tragédia da comunicação pessoal da maioria dos agentes políticos. Até parece que estão manuseando as finanças de suas casas.
Cometem erros. E todos nós podemos cometer erros. Mas também acham que não devem satisfação à população que votou neles. Nem sequer um pedido de desculpas. Escondem-se por trás de blogueiros fantasiosos, com suas teorias da conspiração, ou então transformam bilhões em agulhões, tentando nos oferecer um atestado de burrice.
Por trás desse silêncio existe um ser dizendo que é melhor do que o outro e que não nos deve nenhuma justificativa, nenhuma explicação.
Isso é a arrogância do silêncio.
Para esses, “que a opinião pública se dane de verde e amarelo” [#SQN].