O vereador Ramos Filho (PTC) fez um pronunciamento duro durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 23 de novembro, na Câmara de Vereadores de Eunápolis.
Ele foi enfático ao acusar a Mesa Diretora “por retirar de pauta, sem prévia comunicação, requerimento de sua autoria, em que pedia ao prefeito em exercício, Flávio Baioco, a demissão do ex-secretário de Finanças e Planejamento da Prefeitura, Alex Hermógenes”.
Como a pauta da sessão é divulgada com antecedência, a fim de atender requisito regimental, o requerimento foi divulgado na manhã de quarta-feira, 22 de novembro, e logo no final da tarde o secretário pediu exoneração alegando motivações particulares devido a uma doença.
“Dizem que perdeu o objeto, mas o que eu queria era demonstrar à sociedade que a minha atitude reflete diretamente no cenário político e administrativo do município hoje e me tiraram esse direito”. Desabafou o vereador, que pouco usa a tribuna para discurso.
DECISÃO UNILATERAL
“Tiraram de mim o direito de demonstrar à sociedade que nós não temos mais um secretário que foi preso tomando conta do dinheiro da nossa cidade e, diferente de ser provado ou não, na dúvida deve prevalecer os interesses da sociedade, no caso a sociedade eunapolitana. Caso contrário nós vamos pegar um pedófilo e botar pra tomar conta de creche, nós vamos botar assaltante de banco pra ser segurança de banco, aí vai ficar como os corruptos querem”. Disparou.
O vereador, que também ocupa o cargo de vice-presidente da Casa, criticou a atitude considerada autoritária da Mesa Diretora da Câmara de Eunápolis.
“Apesar de eu fazer parte da Mesa Diretora, vice-presidente e nada são sinônimos, porque quem define o que acontece ou não acontece nesta Casa de Leis é a presidência. As decisões são unilaterais, e nós aqui somos soldados, mandou, decidiu tá decidido e quem quiser que procure seus direitos na justiça ou se cale e aceite”.
Por fim, Ramos Filho lamentou que em uma Casa Legislativa e democrática, onde se decide os destinos do município, a presidência esteja retirando o direito dos parlamentares. “Me entristece ver cada dia mais minha cidade afundando e padecendo”. Concluiu.
O presidente da Casa, Paulo Brasil, (PRB) não se pronunciou.