Apesar de proibido pela juíza Rogéria Maria Castro, da 2ª Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) de acessar ou frequentar determinados lugares e de manter contato com determinadas pessoas relacionadas ao delito, a fim de evitar riscos de novas infrações, ao que tudo indica, o prefeito Robério Oliveira não tem cumprido a determinação.
Segundo uma fonte, que teria participado de uma suposta reunião, Robério esteve duas vezes em Eunápolis articulando os atos de apoio à sua volta, embora esteja claro que a medida depende de decisão da justiça.
Nas redes sociais a campanha “Volta Robério” continua com adesões de servidores contratados ou nomeados pelo município. Por meio dos whatsapp chegam mensagens de texto ou imagem elogiando as suas ações. Blogs locais, que divulgam material institucional da Prefeitura de Eunápolis, divulgam matérias enaltecendo a trajetória político-administrativa de Robério Oliveira.
Ele até aparece na armadura do Homem de Ferro, atirando um facho de luz contra os adversários. Risível.
Mas a maior prova de “coragem” ou de desrespeito às medidas cautelares deu-se na quinta-feira, 16 de novembro, quando funcionários contratados e nomeados da Prefeitura de Eunápolis foram assistir à sessão da Câmara vestidos de azul, em apoio ao retorno de Robério, afastado das funções públicas por suposto envolvimento em fraude de R$ 200 milhões.
O vice-presidente da Câmara, Ramos Filho, ironizou:
“Todo mundo de azul, em pleno mês de novembro, em pensei que era uma manifestação em favor do combate ao câncer de próstata, mas não, eram todos funcionários contratados ou nomeados da Prefeitura de Eunápolis que vieram de azul para combater a ética, a moralidade e a transparência nas ações públicas, bem como para combater o pedido de investigação de cassação do mandato do prefeito, protocolado pelo colega do DEM, vereador Arthur Dapé”. Disse em tom jocoso.
E continuou: “Ai vocês esquecem que as denúncias estão em processo de investigação e que os acusados não podem se manifestar nem mesmo ter contato com os demais envolvidos na Operação Fraternos, mas os funcionários públicos vieram aqui apoiar o prefeito afastado pela justiça brasileira”. Protestou indignado.
“Isso pra mim é obstrução da justiça e este movimento não passa de um boicote à justiça; vocês são muito mais corajosos do que eu imaginava”. Concluiu o vereador ainda em tom irônico.
Em aparte, o vereador Jota Batista alinhavou: “Eu não sei quem é mais corajoso, os funcionários que apoiam a volta do prefeito afastado, ou a procuradoria da Câmara que emite um parecer unilateral contra o pedido de cassação, sem ouvir os vereadores em votação no plenário da Casa”.