Desde o início da Operação Fraternos, no dia 7 de novembro, este o blog estava se limitando apenas a informar a notícia factual, sem comentar os fatos políticos que abalaram a cidade. No entanto, é compromisso da imprensa se posicionar. Pelo menos é assim que age a imprensa de países com democracias consolidadas e que mantém relação de respeito com seus leitores.
Eu defendo que é sempre melhor o posicionamento firme, destemido e coerente, mesmo expondo-se às críticas e ataques, do que a arrogância do silêncio. Dito isso, vamos ao comentário do blog:
É ingenuidade pensar que a volta de Robério Oliveira à prefeitura de Eunápolis representa o retorno de um projeto político pessoal [ou seria fraternal?] que atingiu seu ápice com a eleição do Clã Oliveira para as três maiores prefeituras da Costa do Descobrimento e ainda pretendia recuperar uma cadeira, duas vezes abandonada, na Assembleia Legislativa do estado para a herdeira do grupo, Larissa Oliveira.
Ainda que a decisão do Ministério Público Federal, que será conhecida no decorrer desta quinta-feira, 16 de novembro, devolva a ele e cargo no ‘Palácio do Axé’, mesmo assim o projeto político já desceu ladeira abaixo na tábua de graxa que atingiu todo o grupo, também conhecido como “Casa do BBB”, onde estão confinados os “Brother”.
No cargo, Robério já estava amargando os piores índices de aceitação para um prefeito em primeiro ano de mandato. O cansaço da população de Eunápolis, demonstrado especialmente por meio das redes sociais, era típico de um eleitor que votou “no menos pior” para não ver retornar o outro grupo “do muito pior”.
Sem esse apoio popular, dificilmente ele vai poder desempenhar um bom governo , especialmente porque agora não temos somente as denúncias “de falta de remédios em postos de saúde, ou pinças cirúrgicas esquecidas dentro de corpos no Hospital Regional”.
Agora temos em andamento uma investigação robusta da Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da República.
E não para ai. A Operação Fraternos inviabiliza também a pretensa candidatura da secretária de Assistência Social e filha dele, Larissa Oliveira, herdeira do capital político do Clã Oliveira.
Larissa Oliveira, em campanha, não terá nada de novo a oferecer ao seu possível eleitorado, visto que, no palanque, será apenas a nova candidata de um grupo velho e, agora também, carcomido pelos mesmos vícios e defeitos éticos daqueles políticos sobejamente conhecidos da população.
E segue a procissão…