Todo mundo sabe que o nosso país e em muitos outros, temos altos índices de criminalidade, poucos programas de reabilitação e a crença compartilhada de que o ‘Lex Talionis’ [Lei de Talião], desenvolvido há cerca de 4.000 anos, ainda serve como solução.
Todo mundo sabe também que cadeia no Brasil não reabilita. No entanto, ela, de tão degradante, iguala o mais simples ao maior dos burgueses. No chão da cela, no banheiro comum, ou mesmo em compartimentos separados com TV e frigobar, todos são iguais.
É o que está acontecendo, por exemplo, com os políticos Geddel Vieira Lima, Ricardo Saud e Lúcio Funaro. Os três foram pegos promovendo o maior barraco no presídio da Papuda, na capital federal.
O noticiário nacional dá conta de que o ex-ministro de Lula e Temer, o operador Lúcio Funaro e Ricardo Saud, executivo da JBS, tem provocado uma sessão de gritaria e ameaças no presídio da Papuda, em Brasília, onde estão recolhidos.
Os três problemáticos estão tocando o terror, para usar a linguagem do personagem Sabiá, da novela das 9 na Rede Globo.
Segundo relatos, Funaro aguarda o fim do banho de sol e antes de voltar para a cela ele manda o papo reto, aos gritos, para Ricardo Saud, preso do outro lado: “Saud, vou te matar”, aterroriza o delator que o entregou.
Do seu lado “do muro”, Geddel manda a visão, fazendo coro com o primeiro problemático: “Saud, também vou te matar”.
Saud devolve as provocações, mas só para Geddel. “Cala boca, seu gordo!”.
Os três estão separados e não se encontram no banho de sol, justamente para evitar que cumpram a promessa, o que seria um caos, dois contra um.
Sinceramente, espero que não se peguem. E, caso a pena não sirva para se emendarem, pelo menos a cadeia vai deixar todos eles iguais. E isso já é um conforto para quem foi prejudicado pela ação desses três e todos os demais envolvidos no desvio de dinheiro público no país.