Indígenas dizem que fazenda de Geddel é terra ‘sagrada” e querem demarcação

Featured Notícias
Índios ocuparam fazenda que seria de Geddel na Bahia – Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

POR G1 – BAHIA – Os indígenas pataxó que ocuparam a fazenda atribuída ao ex-ministro Geddel Vieira Lima e ao irmão dele, o deputado Lúcio Vieira Lima, no município de Potiraguá, no sul da Bahia, já estão no local há quatro dias e querem a demarcação das terras, que segundo eles são indígenas. A área tem, ao todo, 643 hectares, o que equivale a 643 campos de futebol.

Os indígenas, de várias aldeias da região, dizem que, na fazenda, existem ao menos três cemitérios indígenas e que, por isso, o local é considerado “sagrado”.

“Foi uma ocupação pacífica. Nosso objetivo aqui, nesse local, é a nossa terra sagrada”, disse o índio Araruã Pataxó. “Precisamos ocupar aqui, porque é o nosso território”, afirmou outro índio, o Capitlé Pataxó.

POLICIA FEDERAL VAI INVESTIGAR OCUPAÇÃO

A Polícia Civil do município, que até então estava à frente das investigações, encaminhou o caso para a Delegacia da Polícia Federal de Vitória da Conquista, no sudoeste do estado. Isso porque a PF, segundo a Polícia Civil, é o órgão responsável por atuar em situações como essa, que envolvam indígenas.

Apesar da ocupação na fazenda, o clima em Potiraguá é de tranquilidade. Nesta terça, uma equipe da Polícia Militar fez uma ronda na região. “Encontramos um clima de paz, um clima tranquilo. Orientamos os mesmos [os índios], em caso de haver alguma iminência de conflito aqui, a buscar intervenção da Polícia Militar”, destacou o comandante da PM Major Edmário Araújo.

Até o último sábado (23), mais de mil cabeças de gado estavam na fazenda, mas, segundo os índios, no domingo (24), funcionários da fazenda levaram os animais. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Geddel e nem com o deputado Lúcio Vieira Lima nesta terça.

OCUPAÇÃO

A Fazenda Esmeralda foi invadida, por volta das 2h do sábado, por cerca de 25 homens que estavam armados com espingardas e outras armas longas.

Em entrevista ao G1, o delegado Antônio Roberto Gomes da Silva Júnior, que é coordenador da Polícia Civil de Itapetinga, destaca que todos os funcionários que estavam no local foram feitos de reféns e liberados pouco após a ocupação. Ninguém foi ferido pelos índios.

 

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *