O ano de 2016 chega ao fim com uma marca histórica: é o primeiro na História do Brasil em que a corrupção passou a ser percebida como preocupação número um da população (Datafolha – nov/16).
É claro que o Brasil conta com muitos outros problemas tão ou mais relevantes que a corrupção: desigualdade econômica, social e política, racismo, a saúde está na UTI em quase todos os municípios, inclusive aqui em Eunápolis, baixa escolaridade, infraestrutura precária, descontrole da inflação, desemprego em alta etc. Mas não deixa de ser alvissareira a consciência coletiva de reprovar as roubalheiras decorrentes das indecorosas “parcerias público-privadas”, tais como as que estamos acompanhando através do trabalho da Lava Jato.
Observando a quantidade de empresários, empreiteiros, políticos, altos funcionários e banqueiros/financistas investigados, presos, processados e até condenados, concluímos que, boa parcela do Mercado (econômico e financeiro), em simbiose íntima com o Estado, se vale das relações de “cordialidade” (Buarque de Holanda), para praticar todo tipo de trapaça com o propósito de incrementar ilicitamente seus ganhos primitivos.
Reconheço que, buscar lucro num empreendimento é uma coisa muito válida, ser ladrão do dinheiro público é outra muito diferente.
Por Rose Marie Galvão