Neto Guerrieri faz avaliação positiva do mandato e descarta participação no novo governo

Foto. J. Góis

Cumprindo os últimos dias do mandato, o prefeito de Eunápolis, Neto Guerrieri [PP], nos concedeu entrevista exclusiva, durante lançamento do Pacto pela Educação, no salão de festas da Loja Maçônica de Eunápolis, quando avaliou os quatro anos de sua gestão [2013//2016] e se disse orgulhoso por sair sem dever salários de funcionários e sem responder a nenhum processo de uso indevido do dinheiro público, o que, segundo ele, mancharia sua história e de sua família. No dia 1º de janeiro de 2017 ele transmite o cargo para o sucessor, Robério Oliveira [PSD], em cerimônia prevista para a manhã de domingo, no plenário da Câmara de Vereadores local. Leia a entrevista.

Blog da Rose Marie – Qual o destino político de Neto Guerrieri, a partir de 1º de janeiro de 2017?

Neto Guerrieri – Eu vou precisar de um pouquinho de tempo para cuidar um pouco de mim e depois tentar analisar o quadro, e perceber se a gente vai poder participar ou não. Eu sou morador da cidade eu nasci aqui, não vou sair daqui. Então, quem sabe? Vamos dar tempo ao tempo para ter noção do que vai ocorrer e por ai tentar ver meu futuro político.

O senhor vai participar do próximo governo de Robério Oliveira?

Neto Guerrieri – Não. Não vou participar. Não vou sugerir. Até porque não foi feito, pelo futuro gestor, esse convite. Eu também não tenho tendência de nem estar participando nem estar sugerindo. Vou estar disponível, aberto para discutir qualquer assunto de interesse de Eunápolis assim que ele precisar. Mas em nenhum momento eu vou fazer fazendo parte do governo.

O senhor acha que saiu vencedor desse processo político eleitoral?

Neto Guerrieri – Acho que foi importante para o grupo que se tornou vencedor e está demonstrando que, unido, ele tem muita força. É claro que, na minha visão acho que esse grupo tem diversos nomes importantes que a gente pode estar aumentando esses valores internamente com nomes que possam vir a ser candidato a deputado, candidato a prefeito e a vice-prefeito, no futuro. Eu não penso em grupo com um sozinho, eu penso em grupo com a diversidade de cabeças que tem dentro do próprio grupo e que possa cada um assumir seus cargos e somar. Eu não fico naquela visão de que o grupo sou eu e minha família. Eu penso em algo mais amplo e que se possa abrir a participação de todo mundo.

Durante todo o seu mandato se falou em divisão do grupo. Como o senhor explica isso?

Neto Guerrieri – Veja, Robério não indicou ninguém para participar do meu governo. Alguns ficaram de fora e muita gente ficou chateada comigo. As pessoas que ficaram de fora começaram a criar dificuldades e até pessoas que trabalhavam comigo, que foram indicadas por mim, começaram a se chocar as ideias. Começaram a brigar, mas nunca houve nenhum atrito entre nós dois [Neto Guerrieri e Robério Oliveira]. As coisas foram caminhando normalmente. Claro que no início foi difícil conviver com tudo que aconteceu, mas depois a gente foi amadurecendo, ele veio para deputado, teve o apoio. Teve as duas contas aprovadas; teve apoio. Depois veio prefeito, teve apoio. Então a gente demonstrou que em nenhum momento teve arranhão entre nós dois. E aconteceu esta vitória e o grupo tem sido forte e hoje é o maior grupo político de Eunápolis e região.

Quê avaliação o senhor faz desses quatro anos de mandato? O senhor acha que como prefeito conseguiu dar à população as respostas que elas esperava?

Neto Guerrieri – Acho que a gente sempre quer muito mais. Mas ao mesmo tempo entendo que deixamos um legado importante para o município. E acho que o maior legado foi a educação, principalmente o terceiro grau que desde o primeiro mês nós fomos brigar para que viesse o terceiro grau em medicina para o município e que viessem outros cursos como forma de desenvolvimento, como forma de avançar dentro da oferta de educação. Acho que é um legado que nós estamos deixando, até porque já é uma realidade. Avançamos em outras áreas, principalmente na área de saúde, deixando toda uma estrutura básica edificada para o município. Em todas as atividades temos estrutura física. Nós temos uma nova secretaria de Assistência Social toda equipada e organizada. Nós temos 16 novos postos de saúde. Temos 11 novos ginásios de esportes em todos os bairros; praças em todos os locais de lazer para as famílias. Tudo isso além do legado de ter organizado o serviço público. Todos os servidores municipais têm plano de cargos e salários, todos eles estão abraçados pelo governo. Temos hoje uma das melhores contabilidades públicas da Bahia. Nós temos um bom setor de tributos organizado e estruturado. Nós estamos deixando uma estrutura básica de administração muito avançada. Então, o prefeito Robério vai pegar uma administração com avanços importantes. A crise financeira do Brasil, dentro desses quatro anos, atrapalhou sim, tivemos dificuldades financeiras, mas a gente conseguiu manter o salário do funcionalismo em dia. Essa é uma marca nossa, de ter feito uma administração com transparência pública. E tudo isso foi jeito dentro da legalidade. Estou do governo saindo sem nenhum processo judicial que possa macular minha vida e com expectativa de ter todas as contas aprovadas. Então acho que estamos deixando um legado importante. Não estamos deixando despesas nenhuma para o próximo prefeito. Mas é claro que, como eunapolitano, eu queria deixar muito mais.
Por Rose Marie Galvão