Foto – Arquivo Pessoal
Essa aconteceu comigo. Era o ano de 1989. O mundo comemorava 200 anos da Tomada da Bastilha e o Brasil fazia sua primeira eleição presidencial após os anos da ditadura.
Trabalhando eu no Jornal Tribuna da Bahia, o senador Walter Pinheiro, então editor geral, enviou uma pauta para todas as sucursais ouvirem dos prefeitos baianos como votariam no segundo turno das eleições presidenciais: Lula, ou Collor de Melo.
O prefeito de Itabuna era Fernando Gomes, conhecido nacionalmente como Fernando Cuma. E lá estava eu ao lado do assessor de imprensa do prefeito, jornalista Joel Filho, no gabinete do quinto andar, no prédio onde hoje funciona uma faculdade naquela cidade:
– Prefeito, em quem o senhor vai votar no segundo turno das eleições presidenciais?
– Bom, em Collor em não voto porque é um louco, foi meu colega na Câmara Federal (Fernando Gomes é tri-deputado), e Lula é pior ainda, se ganhar vai tocar fogo no Brasil “como Nero fez na França”…
Segurei o riso mordendo o lábio inferior e corrigi bem sisuda: – Foi em Roma, prefeito.
Por Rose Marie Galvão